quinta-feira, 19 de julho de 2018

Circuito das Serras Potiguares: Riacho da Cruz, é um dos Municípios citados no Texto do Prof Gilton Sampaio


O Circuito das Serras Potiguares no desenvolvimento do Alto Oeste Potiguar 
(Por Gilton Sampaio de Souza)


Acredito que todas as instituições da região deviam pensar alguma ação para ajudar o Turismo e contribuir com o desenvolvimento de nossos povos.

De cursos de formação a atividades lúdicas, culturais, técnicas e educativas em locais de turismo cultural e educacional, em atividades de campo, com crianças em formação nas creches a alunos de doutorado e pós-doutorado, é preciso nosso povo conhecer a si mesmo. Terá muito orgulho do que saberá. Ações como levar crianças a mirantes, museus, às sombras de Baobás e lá dá aulas teórico-práticas podem mudar a percepção da identidade de nossa população sobre nós mesmos. E isso poderá mudar tudo. Diminuirá muito nossa ignorância também. É incrível o desconhecimento sobre o que é o Alto Oeste Potiguar. Inclusive por muitos gestores de prefeituras, câmaras municipais, escolas, professores universitários etc.

Além disso, temos que pensar como mobilizar os municípios e intelectuais do Estado a doarem livros antigos de seus municípios à Biblioteca Municipal Prof. Dr. Carlos Magno Viana Fonseca,  localizada na Casa de Câmara e Cadeia de Portalegre.

Na região de Ouro Preto e outras cidades de Minas Gerais, por exemplo, as Casas de Câmara e Cadeia ganharam importância para todo o Brasil de tão preservadas e valorizadas que são pelas populações locais, inicialmente.

Todos nós do Alto Oeste Potiguar já pertencemos em algum momento da história à Villa de Portalegre. Isso é encantador. É memória, é história, é conhecimento, é nossa identidade, é cultura. Precisamos conhecer. Ressalto sempre que temos muita cultura e conhecimento para exportar ao mundo também.

As gerações novas precisam saber que o mundo não começou hoje. Nosso jovens chegam a ser simplórios nas conversas e nos pronunciamentos nas redes sociais. É bom  sempre buscar saber que o Alto Oeste Potiguar teve parte de seu desenvolvimento urbano, cultural e moderno pensado e projetado (e muita coisa reflete até hoje) ainda no Século XVIII. São histórias que perpassam 4 séculos. Algumas vão ao século XVII, como é o caso da região de Apodi, das missões ainda nos anos de 1600; depois, os aldeamentos indígenas etc. Envolvem 5 séculos.

As posições e intervenções de gestores municipais, de vereadores, deputados estaduais e federais, de educadores etc, e de órgãos públicos ainda são tímidas. Embora alguns tenham mostrado fôlego e qualidade no que estão fazendo. É o turismo e o Circuito das Serras Potiguares ganhando brilho internamente, nos próprios municípios. E isso é o mais importante. Já há diversas ações brilhantes também de gestores públicos. Destaque para Martins, Portalegre, Luís Gomes, São Miguel, Apodi, Viçosa, Riacho da Cruz e outras que não lembro agora. Em Pau dos Ferros, a valorização da história, da memória e da cultura tem sido feita com mais viabilidade pela UERN, sobretudo pelo Museu de Cultura Sertaneja do CAMEAM/UERN. O SEBRAE tem ajudado muito aos poderes públicos e inciativa privada. A Casa de Cultura Pauferrense "Joaquim Correia" precisa ganhar brilho e consistência histórica e cultural. A iniciativa é muito boa. Mas ela precisa se aproximar do que hoje ocorre com a Casa de Câmara e Cadeia de Portalegre. Estou disponível para ajudar também à Casa de Cultura Joaquín Correia.

O Alto Oeste Potiguar está ficando cada vez mais referência no Turismo de clima serrano e no turismo Histórico-Cultural do RN e até do Brasil. Recebemos gente de várias partes do país para pesquisar nossa cultura.

É encantador ver como três grandes matrizes culturais se encontram aqui, de forma forçada em algumas situações, e constroem a história e cultura de um povo exemplar, trabalhador, alegre, resistente. Uma cultura de uma riqueza indescritível. O turismo pode ser grande porta para tudo isso. 

Às vezes falamos da cultura de pesca e da beleza da Lagoa do Apodi, um berço dos povos tapuias paiacus; do Cemitério Indígena dos Tapuias Paiacus em Viçosa; da Casa de Câmara e Cadeia de Portalegre e da beleza dos Baobás de várias cidades do Alto Oeste Potiguar, mas muitos de nós não nos damos conta de que estamos falando de algo simbólico, também identitário, 3 matrizes culturais distintas: da matriz indígena, dos povos tapuias paiacus; da africana, com os povos negros advindos de vários países; e da europeia, especialmente a portuguesa.

Somos ricos demais culturalmente. Mas ainda ignoramos muito o que somos. Conhecemos pouco. Estudamos pouco. Precisamos dizer isso aos jovens e aos nossos representantes políticos em todas as esferas. Poucas regiões do mundo têm essa riqueza tão explícita. O Alto Oeste Potiguar não começou hoje nem também vai parar aqui. Mobilizemo-nos cada vez mais. É muito gratificante participar desse grupo do Circuito das Serras Potiguares e ser do Alto Oeste Potiguar, uma das regiões mais ricas culturalmente do Estado do RN.

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