O Circuito das Serras Potiguares no desenvolvimento do Alto
Oeste Potiguar
(Por Gilton Sampaio de Souza)
Acredito que todas as instituições da região deviam pensar
alguma ação para ajudar o Turismo e contribuir com o desenvolvimento de nossos
povos.
De cursos de formação a atividades lúdicas, culturais,
técnicas e educativas em locais de turismo cultural e educacional, em
atividades de campo, com crianças em formação nas creches a alunos de doutorado
e pós-doutorado, é preciso nosso povo conhecer a si mesmo. Terá muito orgulho
do que saberá. Ações como levar crianças a mirantes, museus, às sombras de
Baobás e lá dá aulas teórico-práticas podem mudar a percepção da identidade de
nossa população sobre nós mesmos. E isso poderá mudar tudo. Diminuirá muito
nossa ignorância também. É incrível o desconhecimento sobre o que é o Alto
Oeste Potiguar. Inclusive por muitos gestores de prefeituras, câmaras
municipais, escolas, professores universitários etc.
Além disso, temos que pensar como mobilizar os municípios e
intelectuais do Estado a doarem livros antigos de seus municípios à Biblioteca
Municipal Prof. Dr. Carlos Magno Viana Fonseca, localizada na Casa de
Câmara e Cadeia de Portalegre.
Na região de Ouro Preto e outras cidades de Minas Gerais,
por exemplo, as Casas de Câmara e Cadeia ganharam importância para todo o
Brasil de tão preservadas e valorizadas que são pelas populações locais,
inicialmente.
Todos nós do Alto Oeste Potiguar já pertencemos em algum
momento da história à Villa de Portalegre. Isso é encantador. É memória, é
história, é conhecimento, é nossa identidade, é cultura. Precisamos conhecer.
Ressalto sempre que temos muita cultura e conhecimento para exportar ao mundo
também.
As gerações novas precisam saber que o mundo não começou
hoje. Nosso jovens chegam a ser simplórios nas conversas e nos pronunciamentos
nas redes sociais. É bom sempre buscar saber que o Alto Oeste Potiguar
teve parte de seu desenvolvimento urbano, cultural e moderno pensado e
projetado (e muita coisa reflete até hoje) ainda no Século XVIII. São histórias
que perpassam 4 séculos. Algumas vão ao século XVII, como é o caso da região de
Apodi, das missões ainda nos anos de 1600; depois, os aldeamentos indígenas
etc. Envolvem 5 séculos.
As posições e intervenções de gestores municipais, de
vereadores, deputados estaduais e federais, de educadores etc, e de órgãos
públicos ainda são tímidas. Embora alguns tenham mostrado fôlego e qualidade no
que estão fazendo. É o turismo e o Circuito das Serras Potiguares ganhando
brilho internamente, nos próprios municípios. E isso é o mais importante. Já há
diversas ações brilhantes também de gestores públicos. Destaque para Martins,
Portalegre, Luís Gomes, São Miguel, Apodi, Viçosa, Riacho da Cruz e outras que
não lembro agora. Em Pau dos Ferros, a valorização da história, da memória e da
cultura tem sido feita com mais viabilidade pela UERN, sobretudo pelo Museu de
Cultura Sertaneja do CAMEAM/UERN. O SEBRAE tem ajudado muito aos poderes
públicos e inciativa privada. A Casa de Cultura Pauferrense "Joaquim
Correia" precisa ganhar brilho e consistência histórica e cultural. A iniciativa
é muito boa. Mas ela precisa se aproximar do que hoje ocorre com a Casa de
Câmara e Cadeia de Portalegre. Estou disponível para ajudar também à Casa de
Cultura Joaquín Correia.
O Alto Oeste Potiguar está ficando cada vez mais referência
no Turismo de clima serrano e no turismo Histórico-Cultural do RN e até do
Brasil. Recebemos gente de várias partes do país para pesquisar nossa cultura.
É encantador ver como três grandes matrizes culturais se
encontram aqui, de forma forçada em algumas situações, e constroem a história e
cultura de um povo exemplar, trabalhador, alegre, resistente. Uma cultura de
uma riqueza indescritível. O turismo pode ser grande porta para tudo
isso.
Às vezes falamos da cultura de pesca e da beleza da Lagoa do
Apodi, um berço dos povos tapuias paiacus; do Cemitério Indígena dos Tapuias
Paiacus em Viçosa; da Casa de Câmara e Cadeia de Portalegre e da beleza dos
Baobás de várias cidades do Alto Oeste Potiguar, mas muitos de nós não nos
damos conta de que estamos falando de algo simbólico, também identitário, 3
matrizes culturais distintas: da matriz indígena, dos povos tapuias paiacus; da
africana, com os povos negros advindos de vários países; e da europeia,
especialmente a portuguesa.
Somos ricos demais culturalmente. Mas ainda ignoramos muito
o que somos. Conhecemos pouco. Estudamos pouco. Precisamos dizer isso aos
jovens e aos nossos representantes políticos em todas as esferas. Poucas
regiões do mundo têm essa riqueza tão explícita. O Alto Oeste Potiguar não
começou hoje nem também vai parar aqui. Mobilizemo-nos cada vez mais. É muito
gratificante participar desse grupo do Circuito das Serras Potiguares e ser do
Alto Oeste Potiguar, uma das regiões mais ricas culturalmente do Estado do RN.
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